Supervisão individual e grupo

A formação do analista, conforme orientada por Freud e reafirmada por Lacan, é uma travessia ética e singular, sustentada em três eixos fundamentais: análise pessoal, análise de controle (supervisão clínica) e formação teórica contínua.

A supervisão, nesse tripé, ocupa um lugar de terceiro ético: é o espaço onde o analista em formação pode confrontar-se com o próprio ato clínico, com os efeitos de sua escuta, suas intervenções e impasses. Supervisionar é examinar — e não vigiar — a posição do analista diante do desejo do outro.

Se, na análise pessoal, o sujeito enfrenta os efeitos do seu inconsciente, e, na teoria, busca simbolizar o que escapa, é na supervisão que ele se vê às voltas com as consequências do que faz como analista. E isso, mais do que corrigido, precisa ser lido.

Essa leitura, ou esse exame minucioso, é o propósito da análise de controle ou da supervisão clínica. Trata-se de, junto com um terceiro mais experiente, fazer um exame minucioso do seu trabalho como analista. Investigar o que ele escutou sob transferência e quais as construções, pontuações, interpretações, cortes e demais produções feitas.

Neste trabalho de supervisão, o supervisionando endereça a um terceiro o lugar de supervisor (controlador) por supor que este analista/supervisor pode ser capaz de encontrar lacunas ou auxiliá-lo na formalização das construções e acontecimentos de uma análise. Ao aceitar o convite, o supervisor e supervisionando estabelecem um laço social e ético de fazer uma releitura conjunta do texto, não só de um analisando específico, mas, sobretudo, das leituras feitas pelo analista supervisionando.

O que faz laço social entre dois analistas, controlador e controlado, é sua posição de leitores que leem lado a lado o mesmo livro decifrando a mesma linguagem cifrada que é o inconsciente, tendo em vista um ganho a obter de um mesmo saber textual. Inicialmente, não há leitura e depois, troca de saber, mas essa troca é sua própria leitura.” (Hoffman et al., 1996, p. 56)

 
Supervisão em grupo

Na Travessia Psicanalítica, compreendemos a formação do analista como uma experiência ética, permanente e singular, sustentada em três eixos fundamentais: análise pessoal, análise de controle (ou supervisão clínica) e formação teórica continuada. Entre esses pilares, a supervisão ocupa um lugar essencial — não como instrumento de avaliação ou correção, mas como espaço de leitura e elaboração da prática clínica.

A supervisão em grupo amplia essa experiência ao criar um laço entre analistas em formação que compartilham a escuta e a leitura de casos, não para normatizar condutas, mas para bordejarem juntos os efeitos do ato analítico.

A supervisão em grupo é uma instância em que a fala entre analistas em formação permite a emergência de deslocamentos, ressonâncias e novas leituras. Trata-se de um espaço onde não se busca ensinar como se faz, e sim interrogar o que foi feito e escutar o que ainda resiste a ser dito a cada caso apresentado.

Na prática, cada encontro de supervisão em grupo é uma travessia compartilhada da prática clínica, em que o desejo do analista é convocado a se sustentar no discurso, nos tropeços, nas invenções e nos silêncios que atravessam o trabalho com o inconsciente.

A supervisão em grupo, nesse contexto, potencializa esse processo. Ela não apenas convida à fala o analista em formação diante da escuta do supervisor, mas oferece a esta fala, do analista em formação, a ressonância da escuta de outros analistas em formação.

E o supervisor? O trabalho de supervisionar em grupo é, assim, colocar-se em posição de leitor entre leitores. Pois é nesse laço — entre analistas em formação e escuta — que algo da transmissão da psicanálise pode acontecer.

A supervisão em grupo tem, como objetivo, discutir casos clínicos e fomentar debates a partir da psicanálise lacaniana. Para isso, contamos com a participação e colaboração de todos participantes (supervisionandos e ouvintes).

 
A respeito do grupo:

São 4 encontros por mês. Os encontros são semanais e tem a duração de 1h30.

A cada encontro um participante apresentará um caso clínico e/ou questões clínicas para que possam ser discutidos.

Os casos apresentados advêm de sujeitos em qualquer um de seus tempos e estruturas. (Clínica com crianças, adolescentes, adultos ou idosos)

O público-alvo são psicanalistas, psicólogos e estudantes de psicanálise e/ou psicologia.

 
Quem supervisiona?

Psicanalista e Professora Drª Renata Wirthmann

 
Quem organiza?

Luami Venâncio

 
Opções de grupo

Grupo 1 – Sexta-feira 08:00 – 09:30;

Grupo 2 – Sexta-feira 10:30 -12:00;

Grupo 3 – Sexta-feira 14:00 – 15:30;

Grupo 4 – Sexta-feira 16:00 – 17:30; 

Grupo 5 – Quarta-feira 17:00 – 18:30;

Grupo 6 – Quinta-feira 17:00 – 18:30;

Grupo 7- Terça-feira 11:00 – 12:30;

Grupo 8- Quinta-feira 08:00 – 09:30.

 
Onde?

Os encontros acontecem na plataforma Google Meet

 
Quer participar?

Entre em contato para saber datas, horários e disponibilidade de vagas.

Supervisão Individual

Um espaço de leitura, elaboração e responsabilidade ética

A supervisão individual é um dos três pilares da formação do analista na tradição freudiana e lacaniana. Na Travessia Psicanalítica, compreendemos a supervisão não como instrumento de avaliação ou correção, e sim como um espaço ético de leitura e elaboração da prática clínica.

A supervisão é o momento em que o analista em formação continuada – ou em exercício – se dispõe a interrogar o próprio ato analítico: a escuta, os efeitos da transferência, os cortes realizados, as construções feitas. Trata-se de uma prática que sustenta a dimensão ética do desejo de analista, ao oferecer a possibilidade de ler o que se passa na clínica, lado a lado com um outro analista mais experiente.

Não se trata de buscar garantias técnicas, mas de bordear os efeitos do inconsciente em jogo na clínica e sustentar o trabalho de leitura que atravessa cada caso.

Buscar supervisão é, portanto, sustentar o compromisso com a própria formação, implicar-se na leitura do caso e colocar-se à escuta dos efeitos do que se faz como analista. A supervisão individual permite trabalhar os impasses da clínica com as questões de singularidade, tempo e percurso do analista em formação continuada.

 
Modalidade e público

A supervisão individual oferecida pela Travessia Psicanalítica é voltada a profissionais que atuam na clínica com:

  • Crianças
  • Adolescentes
  • Adultos
  • Idosos

 

Agendamento

As supervisões são realizadas de forma individual, com analistas da Travessia Psicanalítica, em horários previamente combinados.

Para mais informações e agendamento, entre em contato com nossa equipe: